O luto não apaga a história de vida

Conheço pessoas que quando perderam alguém que amam, tiveram a reação de não vivenciar as memórias e a história de quem partiu, por exemplo: não quiseram mais ver fotos ou entrar no quarto da pessoa que faleceu e evitaram o contato com as lembranças.  É uma reação compreensível, afinal, ninguém quer perder quem ama pois não estamos e tão pouco somos preparados  para essas perdas  e cada um reage diferentemente à elas.

O fundamental é não tecer julgamentos e aceitar o tempo de cada um, pois na minha perspectiva, o tempo é relativo e é por isso que as reações ao luto são diferentes. No momento inicial da perda, reagimos à ela, porque é o momento da dor do luto e se aceitamos que podemos refletir sobre a perda, aceitar que estamos tristes compreenderemos que isso não nos impede de viver com esperanças os dias que se seguem. 

E ainda, com o tempo perceberemos e compreenderemos que não apagamos a história daquele que amamos e partiu, porque as lembranças vêm e vão aquecendo o nosso coração que sofre. Se aprendermos a honrar os momentos vividos e a valorizar o que vivemos de bom, a história da pessoa que partiu não se apaga, vive em nós, porque também fazemos parte dessa história, e consequentemente carregamos as aprendizagens, acertos e as dores que se amenizam no passar no tempo. Ao aceitar que compartilhamos uma linda história de vida com quem partiu, a história é revivida a  cada dia, e isso é honrar  o que foi  vivido e portanto,  não se apaga. 

Na vivência houve uma mútua influência, houve um intercâmbio entre as pessoas, um afetou o outro, isso não apagamos, pois a pessoa faz parte da nossa vida.  

Quem partiu ficou com uma parte de nós, mas que não se perde e nós ficamos com um pouco de quem partiu. 

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